Ontem, dia 05 de fevereiro, atos em todo Brasil foram convocados para se opor ao racismo e demandar justiça para Moïse Kabagambe, imigrante congolês de 24 anos que foi assassinado brutalmente no Rio de Janeiro dia 24 de janeiro. As manifestações tiveram como protagonistas o movimento negro e as organizações de imigrantes em território brasileiro.
Os pedidos por justiça para Moïse ecoam a reivindicação por investigações mais proativas sobre as circunstâncias da morte. Contudo, as multidões que tomaram as ruas também rememoraram as inúmeras atrocidades realizadas contra o povo negro. A morte de Marielle Franco e a chacina de Jacarezinho são casos icônicos que foram relembrados para colocar em evidência a necropolítica racista das elites e do Estado brasileiro.
A forte atuação dos movimentos de imigrantes fez ressurgir questões sobre as relações entre Brasil e países africanos. De fato, a diáspora africana tem grande presença na sociedade e na cultura brasileira. A formação de nosso país, foi feita sob os custos de incontáveis vidas negras oriundas da África e é um dever histórico estabelecer parcerias produtivas na promoção de um futuro pacífico em ambos os continentes do sul global.
O Instituto de Humanidades Direitos e Democracia (IHUDD) se solidariza à luta do movimento negro e do movimento dos imigrantes nas demandas por justiça, igualdade e pelo fim do racismo. Estivemos presentes nas manifestações e nos somamos às vozes que demandam outros caminhos para o povo negro. Moïse Kabagambe, presente!