fascismo, segundo Koba, nada mais é que a agenda liberal aplicada a todo custo, ou um contingente excepcional do liberalismo aplicado por terceiros em uma conjuntura tal onde a normalidade liberal não pode ser implantada por seus agentes convencionais, Mussolini, Hitler e Bolsonaro se inserem nessas condições. Losurdo em "Antônio Gramsci do Liberalismo ao 'comunismo crítico'" observa que na gênese do fascismo original estão inscritas as prescrições de Vilfredo Pareto (1848-1923), economista notadamente liberal, Mussolini segue a risca as recomendações deste nos primeiros anos de implantação do regime, como também é indicado por Borkenau: "Mussolini literalmente executou a política prescrita por Pareto, destruindo a liberdade política. Mas, ao mesmo tempo, substituindo gestão estatal pela gestão privada, diminuindo os impostos sobre a propriedade, favorecendo o desenvolvimento industrial e impondo uma educação religiosa nos dogmas." (BORKENAU, Franz. Pareto. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 1936. p. 18.)

Sendo o fascismo um contingente de emergência do liberalismo, Bolsonaro no ato de sua eleição representava o liberalismo em sua normalidade, seu flerte com a estética fascista é ainda a normalidade liberal que assassina todos os anos em nosso país números que impressionam os fascistas fáticos, e pode como sinaliza hoje, converter-se na excepcionalidade fascista.