Por uma frente ampla, mas sem repetir a história como farsa

(Por Fabio Otheguy Fernandes, Hugo Albuquerque e James Hermínio Porto)

Duda Sansão


Imagem: La Revolución, Miguel Alandia Pantoja

O que é uma Frente Ampla, o que cabe numa Frente Ampla e o que não cabe numa Frente Ampla? O noticiário das últimas semanas tratou das tantas iniciativas de Frentes Amplas de oposição. Muitas delas se apresentam como movimentos ideologicamente plurais e suprapartidários, que se posicionam de maneira antagônica à escalada autoritária do presidente Jair Bolsonaro. Entre esses movimentos, destacam-se o Basta!, o Somos 70% e, principalmente, o Juntos pela Democracia.

Parece que voltamos aos anos 1980 do Brasil, quando a direita liberal e as esquerdas pareciam certas sobre o que não queriam, a Ditadura Militar, mas não havia acordo sobre o que queriam -- só que não tinham exatamente força para, sozinhas, conseguirem nem uma coisa nem outra.

Essas semelhanças entre o Brasil de outrora e o de hoje nos lembra a sofisticada ironia de Karl Marx  ao estocar Hegel no 18 de Brumário de Luís Bonaparte: Em alguma passagem de suas obras, Hegel comenta que todos os grandes fatos e todos os grandes personagens da história mundial são encenados, por assim dizer, duas vezes. Ele se esqueceu de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. 

Embora por  vezes interpretado de modo erroneamente literal, esse poderoso início de Marx não discorre sobre o processo histórico da civilização, mas, sim, sobre o teatro: não é que a tragédia seja “real” e a farsa “encenação”, são ambas a encenação de gêneros diferentes, porque a História surge como drama em sentido geral como produção de representação com atores, protagonistas e antagonistas em uma permanente tensão.


Uma vez como farsa, a segunda também

Aliás, como observou ninguém menos do que Herbert Marcuse, no prefácio à mesma obra: Esse horror exige uma correção das sentenças introdutórias de O 18 de brumário: os “fatos e personagens da história mundial” que ocorrem, “por assim dizer, duas vezes”, na segunda vez, não ocorrem mais como “farsa”. Ou melhor: a farsa é mais terrível do que a tragédia à qual ela segue.

No fundo, o jogo de palavras de Marx, tem implicações diversas e profundas. Ao final, a história não repete de forma igual -- o que é estranhamente convergente com o eterno retorno apresentado por Nietzsche em sua A Gaia Ciência, ou como de certa forma Deleuze observou em seu Diferença e Repetição. Mais do que isso: quando sobrevém a repetição de fatos históricos, seja por acidente, coincidência ou (vã) tentativa, isso tende à inautenticidade da farsa e não ao fado da tragédia.

E como dizia Marcuse, numa passagem que poderia ser muito bem sobre o Brasil de hoje, a Alemanha de Weimar, a situação farsesca não é um pastiche do drama histórico, mas uma manifestação sua, talvez das mais perigosas, isto é, A república parlamentarista se transforma num aparato político-militar encabeçado por um líder “carismático” que tira das mãos da burguesia as decisões que essa classe não consegue mais tomar e executar por suas próprias forças

O Brasil de hoje lembra, por esse aspecto, o Brasil dos anos 1980, quando os mesmos atores estavam no poder e a mesma miscelânia se levantava, por razões muitas vezes diferentes, contra eles. Sem querer reduzir uma questão importante para a Filosofia como a repetição na História à anedota, não podemos perder a comicidade da coisa: Nem Marx, nem Hegel, nem Nietzsche, nem Deleuze conheceram o Brasil e, aqui, a História frequentemente se repete como farsa.

A colonialidade produz, por assim dizer, que nem mesmo uma referência original seja, ela mesma, autêntica em si mesma, mas farsa já de início, uma vez que pretende ser sempre algo que não é e nem nunca foi, se colocando em referência a um modelo mais evoluído. A idéia – talvez ilusória – de repetição das coisas ou mesmo da aparição delas jamais será trágica como encenação, mas só como modo de dizer vulgar: trágicos são seus efeitos, não a sua causa.

A única originalidade aí está na tragédia dos afetados, o que passa ao largo da história oficial, mas é onde está a única que, de fato, gera algum interesse genuíno do Brasil no mundo como já observava Glauber Rocha em 1971 em seu EZTETYKA DO SONHO ao compreender que o Brasil pretensamente branco não tem nada de original: As raízes índias e negras do povo latino-americano devem ser compreendidas como única força desenvolvida deste continente. Nossas classes médias e burguesias são caricaturas decadentes das sociedades colonizadoras.

Eis o desafio prático da necessária construção de uma Frente Ampla, o que nos lembra o lugar das Diretas Já. Passemos ao debate.


Luiz Inácio não embarcou

A peculiaridade da situação brasileira é de que, dentre outras coisas, Luiz Inácio Lula da Silva era personagem nos anos 1980 e também o é hoje. Talvez não seja o mesmo Lula, mas é Lula, o mesmo Lula tantas vezes renascido quanto declarado morto e acabado ao longo dos tempos. Em ambas as versões, Lula é antagonista, não herói, não porque não mereça, mas porque a História não é poesia, mas teatro.

Na esteira dos fatos narrados no começo deste texto, transcorreu enorme polêmica em torno do fato do ex-presidente Lula ter se recusado a assinar ou endossar esses documentos pretensamente frenteamplistas, especialmente o Juntos pela Democracia, que conta com o endosso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 

Destinaram duras críticas ao líder petista vindas de considerável parcela da mídia comercial. Essas reprimendas, contudo, escondem um ponto central para essa discussão: Lula não foi previamente convidado a participar da iniciativa e, dessa forma, ajudar na elaboração do documento em termos e temas.

O ex-presidente, para além da mera questão formal do convite para a formação da tal frente, também apontou corretamente os limites do conteúdo de tais documentos, que em momento algum citavam os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Mais do que isso, não havia sequer um chamado de fato ao Fora Bolsonaro

Com efeito, a questão da Frente Ampla surge como uma das muitas palavras de ordem em um país atravessado por uma grave crise econômica, política, social e sanitária. Uma situação similar àquela encontrada na primeira metade da década de 1980, quando o movimento pelas Diretas Já! tomou corpo em busca de eleições diretas já no pleito de 1985.

Mas o próprio fenômeno das Diretas já estava ele próprio imbuído de uma situação incontornável: as forças liberais que, ironicamente, hegemonizaram o processo, só conseguiram  levá-lo a cabo pela mobilização dos trabalhadores anos antes, mas não poderiam tolerar que isso passasse daí, uma passagem institucional dos militares para os civis – como de fato foi, mas com mais concessões do que eles gostariam, o que se estendeu para o processo de elaboração da nova Constituição.

Ao mesmo tempo, poderíamos dizer que Bolsonaro está para os generais-presidentes da Ditadura como Luís Bonaparte estava para seu tio Imperador, mas nem os generais-presidentes eram exatamente originais, nem a frente das Diretas era propriamente real, salvo pelo elemento proletário que permitiu aquele movimento, as Greves do grande ABC, mas ao mesmo tempo incomodavam lideranças convencionais. Uma vez como farsa, outra vez como farsa.

Lula, tantas vezes acusado de moderado e conciliador, muitas vezes com alguma razão, fez uma acertada leitura de que a situação que vivemos é mais complexa do que um mero Fora Bolsonaro que não deixe claro e cristalino o que se pretende colocar no lugar e, principalmente, que não represente muitos dos seus problemas sob outras vestes.

O que buscamos aqui é complexificar o debate e fugir de soluções fáceis e que, em última instância, não funcionam nem como ação efetiva contra o projeto representado pelo bolsonarismo e, tampouco, para o fortalecimento da viabilidade de uma proposta política emancipatória -- e que busque atacar a raiz das mazelas que tornam este país tão desigual e tragicamente farsesco.

 

A Frente Ampla é mesmo necessária?

O questionamento acerca da imprescindibilidade de uma frente ampla antibolsonarista deriva de um outro questionamento que, à luz da atual conjuntura, desfruta de uma inelutável resposta. A pergunta é: será preciso que o governo bolsonarista chegue ao fim imediatamente? e a resposta é um sonoro e inequívoco Sim!

As respostas fáceis, contudo, terminam aqui. O questionamento seguinte, sobre o papel dessa frente, não encontra paralelo. Neste momento, o leitor, sabiamente, se interporá: mas a resposta foi dada logo acima, ao responder o questionamento acerca da necessidade de dar fim ao governo Bolsonaro. A coisa, porém, não é tão simples.

Se há uma coisa clara em relação a necessidade da derrubada do bolsonarismo, também se faz presente uma enorme tensão em relação ao que o campo progressista entende (ou deveria entender) como bolsonarismo. 

O neofascismo genocida que nos governa não é uma manifestação simplória que se encerra em torno de uma figura individual, ainda mais uma tão tosca e limitada quanto o presidente Jair Bolsonaro. O Bolsonarismo, pelo contrário, é a expressão de um fenômeno político e social cujas diversas facetas se fazem presentes nesse governo e que encontra um profundo paralelo com o modo de pensar e enxergar o Brasil de grande parte da nossa elite econômica. 

Entre essas diversas facetas a que mais se destaca e se mistura genesicamente à ética facínora-eugenista do Bolsonarismo é o ultra liberalismo econômico do ministro da Economia, Paulo Guedes -- um argumento que, vale dizer, este blog tratou cuidadosamente no artigo “A promessa cumprida de Bolsonaro: Trinta mil mortes”, publicado há pouco mais de uma semana.

Essas facetas vão desde o anticientificismo surrealista e antinacional de Ernesto Araújo até, vejamos, a sanha pela destruição de nossos ecossistemas e populações originais de Ricardo Salles -- passando pela estranha obsessão de Weintraub pela “unidade do povo” e pelos seus ataques à Educação, o que conduziram à sua demissão.

É por isso que uma Frente Ampla não pode ignorar o objetivo última da formação de um movimento destituinte em relação ao presidente. O que o campo progressista deve buscar, com todas as forças, não é a mera substituição de Jair Bolsonaro por uma outra figura que toque este naufragante barco à deriva, só que sem babar na gravata ao falar em público, mas, sim, a derrubada do projeto bolsonarista. 

Isso posto, nos resta considerar o “De quem?”, isto é, quais atores devem encabeçar essa frente; e o “Com quem?”, isto é, quais atores devem ser considerados como potenciais aliados nessa empreitada. Ora, não é nada mais óbvio do que esperar que o campo que antagoniza o projeto bolsonarista desde os seus primórdios seja efetivamente aquele que conduza o debate acerca da formação e consolidação dessa frente. 

Esse campo é aquele que uniu-se inequivocamente contra o bolsonarismo a partir da definição do segundo turno na eleição presidencial de 2018, entre o petista Fernando Haddad e o atual presidente Jair Bolsonaro. O “com quem” é, obviamente, um campo mais vasto, e envolve todos aqueles que se posicionaram de maneira dúbia naquela ocasião (seja através de uma neutralidade constrangedora, seja através da opção pelos célebres cafés parisienses). 

Mas essa construção conjunta exige desses atores, sem embargo, uma impreterível leitura do governo Bolsonaro como um projeto que não se encerra na figura individual do presidente, mas como manifestação de um projeto antivida e antipopular cuja perfeita expressão se encontra também em sua genocida e malfadada política econômica.

Por fim, como não deveria deixar de ser, o último argumento nos leva ao invariável caminho a ser seguido, neste momento, por uma Frente Ampla: a superação do Bolsonarismo enquanto projeto facínora, eugenista, antipopular e autoritário; o capítulo final da farsa que nos acompanha corrosivamente desde o golpe de Estado de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff. 


Estamos Juntos pela… Farsa?

Falemos agora, pois, da pretensa Frente Ampla que se apresenta especialmente na forma do tal movimento Estamos Juntos pela Democracia mas que, no agregado, também pode ser compreendido como um fenômeno relativamente uniforme com seus pares do Basta! e do Somos 70%. 

Esse grupo, a princípio, parece abarcar efetivamente um grande número de lideranças políticas e personalidades da sociedade civil: Cristovam Buarque, Tabata Amaral, Marcelo Tas, Reinaldo Azevedo, Roberto Freire etc. Além disso, estão lá o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Luciano Huck, o sonho de consumo da direita-liberal brasileira representada pelo campo midiático e acadêmico entusiasta de FHC.

Fazem parte, também, algumas figuras da esquerda como Marcelo Freixo, Vladimir Safatle, Luiza Erundina, Flávio Dino e Manuela D’Avilla. No campo progressista, entretanto, as ausências soam muito mais agudas do que as presenças, e não foram convidados para compor esta pretensa organização frenteamplista duas das figuras vivas mais importantes da política contemporânea brasileira: Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidenta do Brasil e vítima do golpe parlamentar que culminou na situação calamitosa na qual nos encontramos e, claro, o ex-presidente Lula, inegavelmente a maior liderança política das esquerdas no país.

Uma análise da composição desses movimentos parece tornar óbvio uma tentativa, por um lado, de estabelecer como oposição ao bolsonarismo uma direita liberal que nunca foi efetivamente opositora, especialmente no caso do PSDB. 

E é difícil constatar se esses movimentos são um reposicionamento a partir da crescente impopularidade do atual governo, da combalida e aparentemente fracassada radicalização estimulada pelos setores ligados a João Dória ou apenas medo dos tribunais (inclusive internacionais) da pós-pandemia brasileira. Acreditamos que é possível identificar um pouco de cada um desses elementos na mudança de posição desses quadros. 

Quanto aos campos progressistas que são bem-vindos nesse projeto de renascimento exorcístico da direita liberal em torno do tucanato, o que chama atenção em todos eles é exatamente o elemento que tornou-os atrativos: em menor ou maior escala, nenhum deles é efetivamente competitivo sob uma perspectiva de disputa eleitoral. Lula e o PT, competitivos, não podem participar disso. Resta saber se essas figuras progressistas  aceitam essa posição conscientemente ou não. 

Se não é consciente, cabe profunda reflexão acerca dos espaços que essas forças progressistas estão ajudando a construir e alimentar para o ressurgimento dessa direita liberal que, vale dizer, foi um dos maiores atores do golpe parlamentar de 2016 através de suas representações parlamentares e sua participação absolutamente hegemônica na grande imprensa comercial. 

Se a coisa é consciente, o que é pior, constitui uma ingênua intervenção em busca de votos e apoio popular que hoje organizam-se em torno de Lula e seu partido. Uma crença vazia na ideia de que o voto e o apoio petista são profundamente ideológicos, e que manteriam-se à esquerda com a destruição da sigla, migrando automaticamente para PDT, PSOL, PC do B etc. 

E o que une esses atores progressistas e esses que buscam refundar a direita liberal enquanto grupo político é exatamente isso: a falta que ambos têm de apoio, de base e de votos. Não se pode, pois, ignorar o caráter profundamente antidemocrático dessas pretensas frentes que, frente a escalada golpista que se instaurou desde 2016, segue o caminho do golpe até para a formulação de uma frente contra Bolsonaro. 

Assim como não se pode ignorar o fato de que esses grupos preterem em absoluto o bolsonarismo enquanto fenômeno político e projeto de poder que, de fato, encontra-se expresso por ora em torno da figura do presidente, mas que é muito mais amplo do que isso. De fato, não importante quanto o tresloucado reacionarismo moral deste governo é a sua agenda econômica ultraliberal, anti-povo e gestora de desigualdades ainda maiores.

E é a partir disso que a crítica de Lula se faz tão real e certeira. Ao afirmar que não pode haver um documento frenteamplista que não ataque o ultra-liberalismo de Guedes e seus asseclas ou, pior, que não mencione e fale abertamente sobre as mazelas e tragédias que este projeto significou e continua a significar para a classe trabalhadora, Lula levanta a questão central que já abordamos anteriormente: os atores principais dessa frente só podem ser aqueles que foram os atores principais da oposição ao bolsonarismo.

Essa oposição foi o tempo todo a classe trabalhadora organizada. Combalida e com cada vez menos direitos, mas que, dentro do pouco possível e do muito necessário, articulou-se em torno de seus sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos - especialmente em torno do PT, que detém, para o bem e para o mal, dimensões e potencialidades sem paralelo no campo progressista. 


Que fazer, então? 

A conjuntura pode tornar progressista uma força que seja organicamente reacionária. Um exemplo histórico é o império britânico no século 19: reacionário na exploração da classe trabalhadora, mas progressista na questão da abolição da escravatura, ainda que os interesses não fossem de fato humanistas. 

O Império inimigo de Friedrich Engels era, ao mesmo tempo, aliado na causa de Luís Gama, ainda que ambos homens fossem essencialmente progressistas e o Império Britânico organicamente reacionário. Tal contradição só é possível porque a realidade é dialética. 

Uma Frente Ampla de oposição, uma Frente Amplíssima, pode agregar diferentes grupos antifascistas e defensores da democracia, o que pode comportar forças políticas de esquerda (organicamente progressistas) junto com algumas mais próximas à centro-direita (organicamente reacionária), desde que haja uma tática comum no combate ao fascismo e na luta pela manutenção das liberdades democráticas. 

A centro-direta, contudo, terá de ser convencida de uma coisa que, ironicamente, também é verdade: de que Bolsonaro precisa ser removido, se não pelo que ele tem feito, que seja pela autopreservação dela mesma, uma vez que tudo indica que o presidente em exercício mira destruir partidos e lideranças mesmo da direita conservadora normóide – não só um FHC, mas um Caiado e o insuspeito DEM.

Na conjuntura atual, o fascismo ultraliberal de Bolsonaro e Guedes funciona como elemento última na luta pela redenção do capitalismo financeiro ainda baqueado pelas incertezas trazidas pela crise – ainda irresoluta – de 2008. Um quadro que, vale dizer, foi profundamente agravado pelo choque econômico desta pandemia de 2020. 

Sem uma sinalização efetiva da centro-direita em relação a isso, só se pode supor que esse caricato movimento apenas pode uma grande e absoluta farsa, algum tipo de campanha antecipada para 2022 - o que, convenhamos, interessa apenas a ela. Nada além de um manifesto para a refundação do combalido PSDB, como bem colocou Roberto Requião, ex-senador e nacionalista convicto.

Em outras palavras, é necessário uma Frente Ampla que busque o fim urgente deste facínora projeto bolsonarista que se constitui sob dois pólos: por um lado, o reacionarismo moral facínora de Jair Bolsonaro; e, por outro lado, o ultraliberalismo selvagem e aprofundador de desigualdades liderado pelo  Paulo Guedes.  

Uma Frente Ampla real só pode originar-se de setores que desejem, no mínimo, a reforma do Brasil, diante do profundo quadro de exploração que acentuou-se a partir do processo do que, cinicamente, é chamado de “reformismo” pela “centro-direita” democrática em um típico eufemismo que entrega o dolo.

-

Fabio Otheguy Fernandes é economista graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em Economia pela Universidade Federal do ABC e doutorando em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas. É membro do IHUDD, o Instituto Humanidade, Direitos e Democracia.

Hugo Albuquerque é advogado e editor da Autonomia Literária, mestre em direito constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também se graduou. É membro do IHUDD, o Instituto Humanidade, Direitos e Democracia.

James Hermínio Porto é servidor público, mestre em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também se graduou. É membro do IHUDD, o Instituto Humanidade, Direitos e Democracia.